Trata-se de um filme provocação que tem como principal alvo o estigma em torno da Aids. Ao lançar um olhar para mulheres heterossexuais, “protegidas” pela instituição do casamento e contaminadas por seus maridos com o vírus HIV, o documentário mostra quão frágil e desinformado é o muro de preconceito que cega toda a sociedade.
Simplesmente uma obra de arte. Documentário muito bem produzido. Adorei o fato de terem contado a história de diferentes mulheres afetadas por diferentes situações e em classe social, raça e origens distintas. Isso trouxe uma bagagem ainda maior para a produção.
Positivas é um filme necessário, não só porque alerta para o risco de as mulheres contrairem HIV em relacionamentos estáveis — e com isso incentivar a prevenção — mas também, e não menos importante, por nos mostrar que somos todas vulneráveis, que as histórias daquelas mulheres poderiam ser as nossas, a de nossas mães, filhas, irmãs. isso, penso eu, colabora para a diminuição do estigma e preconceito.
Tive o privilégio de assistir a esse documentário num evento no então Espaço Cultural Unibanco, em São Paulo, seguido por um debate com a diretora Susanna Lira e algumas das mulheres vivendo com hiv que deram seus depoimentos no filme.
Perguntei como conseguir o filme para trazer para Rio das Ostras e exibi-lo para grupos de PVHA e público em geral, mas ainda não havia cópias disponíveis. Susana e Cida Lemos se dispuseram a vir a Rio das Ostras e assim houve no SAE uma roda se conversa com elas e a exibição do fime — seguida de debate — no Polo Universitario da UFF em Rio das Ostras.
Até hoje, indico esse filme para pessoas vivendo ou não com HIV.