O documentário Minha voz não pode calar aborda as conexões transnacionais das reivindicações por justiça racial em quatro contextos: Brasil, Peru, Espanha e Portugal. A partir das trajetórias de pessoas comprometidas com o combate ao racismo, o documentário apresenta os desafios e os caminhos experimentados pelos movimentos negro/afrodescendente e Romani que têm forjado novos horizontes de luta. São apresentadas e discutidas novas conceções de existência que vão muito além das soluções oferecidas pelos estados nas últimas décadas, e focadas na “inclusão da diversidade”, na “integração” ou nas políticas de “policiamento comunitário”. Um relato sobre dor, luto e luta que nos oferece a possibilidade de perceber como os movimentos do povo negro/afrodescendente e Roma têm atuado em diversos âmbitos de produção de conhecimento e denúncia, nomeadamente do genocídio como um dos elementos centrais para compreender a natureza da violência contra essas populações e as suas manifestações em contextos específicos, para além das fronteiras do Estado-Nação. Tendo a autonomia como reivindicação e a resistência como prática diária, as trajetórias de luta destas pessoas nos convidam a refletir sobre novas formas de atuação política e, principalmente, sobre possibilidades de existência.
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