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Doenças negligenciadas, redução de danos, doença falciforme e mortes maternas estão entre os temas retratados nos lançamentos mais recentes do selo Fiocruz Vídeo — e disponíveis no catálogo da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz. Os curta-metragens, produzidos a partir de um edital de 2018 e lançados em dezembro de 2019, também tratam da invisibilidade de grupos sociais em situação de vulnerabilidade, como pessoas que vivem nas ruas, indígenas e transexuais que cumprem pena em prisões.

A ideia é discutir, por meio do audiovisual, temas ligados à saúde coletiva e seus desafios, como explicou à Radis Cláudia Lima, administradora executiva do selo na VideoSaúde Distribuidora. O selo Fiocruz Vídeo foi criado em 2006 com o intuito de divulgar e incentivar a produção audiovisual em saúde coletiva e áreas correlatas, como agroecologia, educação, pesquisa e ciência. Os vídeos são produzidos a partir de editais de financiamento à produção e à finalização, cujo objetivo é popularizar e democratizar o acesso ao conhecimento em saúde por meio dos DVDs.

Cláudia explicou que as obras inscritas têm que ser inéditas e dialogar com temáticas sugeridas pelo conselho curador do selo, escolhidas de acordo com as necessidades do momento. A seleção é feita a partir de critérios técnicos e artísticos, levando-se em consideração a relevância dos temas tratados para as políticas públicas de saúde. Ela informou que os vídeos passam por três fases de seleção: na primeira, são avaliados a ideia geral, o tempo de produção, gastos orçamentários e também a documentação do concorrente; na segunda, verifica-se se a temática proposta atende às necessidades do edital e se ajusta aos prazos determinados; ao fim, o projeto passa por uma seleção de especialistas.

As seis produções recentes lançadas pelo selo Fiocruz Vídeo serão exibidas em mostras, festivais, congressos e feiras antes de serem disponibilizados gratuitamente para televisões públicas. Todas as produções da VideoSaúde, no entanto, estão disponíveis gratuitamente para visualização no site e na página do YouTube da distribuidora, e também no repositório institucional da Fiocruz (Arca). Os vídeos também podem ser copiados para exibições públicas por meio de solicitação prévia feita no site da distribuidora e se encontram à venda, a baixo custo, por meio da Editora Fiocruz.

■ Rodrigo Reis, estágio supervisionado

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TERRITÓRIOS MARGINAIS — Dirigido por Julio Matos e produzido pelo Laboratório Cisco Educação e Imagem (São Paulo), o filme de 28 minutos reúne relatos em forma de vídeo-cartas, em que pessoas em situação de rua das cidades de Niterói (RJ) e Campinas (SP) falam de si e revelam diferentes dimensões de suas subjetividades, bem como discutem o lugar da redução de danos na sociedade.

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HOMENS INVISÍVEIS— Com direção e roteiro de Luis Carlos de Alencar e produção da Couro de Rato (Rio de Janeiro), é um olhar para a condição da população de transmasculinos nas prisões do país. São 26 minutos abordando os problemas gerados pelo desconhecimento, transfobia, preconceito e discriminação.

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TODOS JUNTOS CONTRA AS DOENÇAS NEGLIGENCIADAS— Dirigida por Zezão Castro e produzida por Caranguejeira Comunicação e Produção Audiovisual, da Bahia, a animação de 22 minutos se passa em uma praça do Brasil. Um repentista, uma dupla de médicos e uma senhora entusiasmada cantam em um cordel musicado sobre como combater tuberculose, dengue, filariose linfática, esquistossomose, malária, leishmaniose visceral e doença de Chagas.

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O ÍNDIO COR DE ROSA CONTRA A FERA INVISÍVEL: A PELEJA DE NOEL NUTELS— Descreve as expedições do sanitarista Noel Nutels pelo Brasil, tratando da saúde de indígenas, ribeirinhos e sertanejos. O médico sanitarista foi convidado, em 1968, para falar sobre a questão indígena na CPI do índio, em que denunciou o que ele chamou de massacre histórico contra as populações indígenas. Dirigido por Tiago Carvalho e produzido pela MFA Brasil (Rio de Janeiro), tem 54 minutos e conta com imagens inéditas do acervo do médico e o único registro de sua voz.

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MEIA LUA FALCIFORME— Das diretoras Débora Evellyn Olimpio e Denise Kelm, produzido por Haver Filmes Produções Artísticas (Paraná), mostra histórias de portadores da doença falciforme, que predominantemente afeta a população negra. Em 22 minutos, ainda aborda o racismo que impede um tratamento melhor, apresenta o que é a enfermidade e como os pacientes podem ser melhor atendidos.